Interação Social
Como é a rotina dos músicos que se apresentam nas ruas de São Paulo e qual a reação da população diante dessa prática?
A interação social é um tema muito abrangente, pode atingir diversos campos e aspectos, querendo transmitir até mesmo objetivos diversificados. Nessa matéria em especifico falaremos qual é a interação que existe entre os músicos de rua e a população que diariamente passam e em alguns casos param no intuito de apreciar. Já estamos cansados de ver abordagens e entrevistas sobre esse tema, mas o diferencial aqui será pelo fato de analisarmos as duas perspectivas: Músicos e ouvintes. Com nossa experiência diante da própria realidade, confira o que concluímos nesse aspecto em questão.
Durante a noite a Avenida Paulista apresenta verdadeiros espetáculos a céu aberto. São musicais para todos os tipos de gostos, desde músicas clássicas até sertanejos de raiz. Na última quinta-feira, conversamos com alguns artistas de rua e pessoas que pararam para ouvi-los. Diante de um mundo cada vez mais conectado nosso objetivo é questionar como estão as relações pessoais.
Em meio a muitas pessoas que passavam direto e não davam atenção aos músicos, nos deparamos também com aqueles que passavam correndo e deixavam suas contribuições, em forma de agradecimento pelo som que tornava agradável a caminhada diária. Outros, dedicavam seu tempo para ouvir um pouco e depois retomar seus afazeres. Dentre tantas situações possíveis conversamos com algumas pessoas e separamos o depoimento das mesmas para servir como exemplo.
Conversamos com dois amigos que estavam a no mínimo meia hora ouvindo uma banda, eram eles, Daniel Ikeda de 28 anos e Luy Phelipe de 27. Os dois trabalham juntos no ramo de marketing. Segundo eles, estavam ali esfriando a cabeça, pegando ideias para aplicar no dia a dia. A banda estava tocando alto e chamou a atenção dos jovens. O bom humor contagia diz ele. "As tecnologias evoluem, mas as pessoas se distanciam". Luy lembra a importância da música, sem ela não podemos viver. Gostamos porque a música ativa as regiões do cérebro associadas ao prazer e bem-estar. Está em nosso dia a dia e nos remete lembranças de bons e maus momentos. Os jovens diziam estar ali para buscar inspiração em seus novos projetos e também fazer novas amizades.
Os comportamentos variam muito de pessoa para pessoa, cada um estava ali por algum motivo, talvez até seria motivo nenhum, apenas por estar a caminho de seus trabalhos, escola, dentre outras coisas. Já que estamos falando de um lugar com grande movimentação.
Outra pessoa com quem tivemos a oportunidade de conversar e nos mostrou uma outra perspectiva foi o aposentado Gil, 77 anos. Ele estava apreciando o bom músico Emerson, que fazia um belo som com sua flauta transversal. Ao perguntarmos o porquê deve ter parado no local, nos disse que conhecia a música que estava sendo tocada, e que a achava muito bela. Acrescentou também que prefere as canções antigas, que os jovens não conhecem ou se conhecem não apreciam. E com toda a sua experiência nos deu até dicas de uma boa alimentação.
Emerson, tem 50 anos de idade e toca a 25 anos nas ruas. É presidente da associação de músicos de rua, e apaixonado pelo que faz. Antes de trabalhar com a música era professor, deixou sua profissão pois era cansativo e não tinha tempo suficiente para fazer as coisas que amava, como tocar sua flauta e foi em busca de seu sonho, trabalhar com música, o que tem dado muito certo para ele. No início foi muito difícil, alguns dias ele não ganhava o suficiente nem para almoçar, e por muitas vezes pensou em desistir, mas com incentivo de amigos ele continuou e hoje se orgulha disso.
Colaboração: Yara Nunes (Blog pessoal: http://vivereserlivre.com.br/)
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