Larte
Marques de 19 anos mora em Pirituba- SP, é estudante de publicidade e propaganda. Ele vai além do que teus olhos poderiam imaginar
caso o encontrasse em uma estação de trem ou em
uma padaria tomando café da manhã com sua família. Laerte é Laerte durante
boa parte do seu tempo, mas aos finais de semana Myllena Vox assume com muita
alegria e deslumbrante beleza.
Em Julho desse ano de 2015 Laerte tomou
coragem e começou a se montar,
montagem do corpo e da alma. Um sonho estava se realizando, a partir da
primeira montação sentiu-se mais
seguro de que estava no caminho certo e por ali não iria parar. Desde então Myllena Vox se apresenta na boate Bu-bu em São Paulo, que por evento costuma receber
em media 1.000 pessoas. Em tão pouco tempo
Myllena tem feito bastante sucesso e ganhado muita admiração das pessoas que frequentam a boate.
Ao perguntar sobre a origem do nome Myllena,
descobrimos que é o mesmo nome da mãe de Laerte e que aquela era uma forma
de homenagea-lá e também agradecer pelo apoio e coisas que
talvez nem ele saberia nos explicar, só mesmo o amor puro entre a mãe e seus filhos pode dizer por sí mesmo.
Carregado de influências por Drags nacionais e internacionais, Myllena acompanha o
estilo pop, adora roupas de pedraria e saltos altos. Conhecer sobre moda e
arrasar nos palcos para ela é essencial. Confessa
que é cansativo, são seis horas em media até que ela fique pronta para subir aos
palcos. Para chegar a perfeição exige muita
dedicação, investimento
nas melhores maquiagens, figurinos etc. Mas vale muito a pena porque o sucesso é na certa.
Laerte diz que sai fora do seu comum quando se monta,
“Quando termino de colar minha piruca, colocar meus cílios… Já não é mais o Laerte que esta ali, é a Myllena Vox, é um personagem e é de fato, todo mundo sabe.” Dar espaço para o seu “outro eu” para ele é libertador e o faz muito feliz. “É um personagem que nasceu e pretendo que não morra, nunca”, declara.
Sobre aceitação, Laerte tem muitos amigos que o aconselham a ficar o tempo todo
montado, por eles não existiria mais o
Laerte dando assim espaço para a diva. A
família por parte de mãe dele entende que ser Drag Queen não é necessariamente um gênero sexual, mas sim cultural- politico. Muitas pessoas confundem as
Drags com o gênero Travesti, por
exemplo, sem saber que existem muitas diferenças.
Mas como nem tudo são mares de rosas, Laerte teve sérios problemas com o seu pai que não aceitou e por conta disso os dois pararam de se quer manter
contato um com o outro. Em meio a esse tema, percebe-se que os olhos do nosso
entrevistado brilham profundamente e demonstram uma tristeza enorme pela rejeição daquele homem que tanto ama,
simplesmente por ele ser quem é. Nos conta que em
meio a uma discussão seu pai o chama
de lixo,
por ele ser Drag. Mas segundo ele, isso só o motivou a continuar se montando, trabalhando e mostrar para ele (seu
pai), que daqui 15 anos ele vai ter um filho, “e uma filha”, com sucesso, dinheiro
e com felicidade que segundo ele é o que mais importa, pois ele não se declara Drag apenas por dinheiro (até porque no começo renda só se tem mesmo é na roupa), mas sim porque faz para ele muito bem.
Gustavo Cardsan, também é Drag. Seu nome artístico é Manuella Cardsan. O nome Manuella surgiu pela vontade que Gustavo sempre teve de ter uma filha e colocar esse nome, não sabendo se isso aconteceria em sua vida ele escolheu o nome para usar nas suas montações. Já há 6 anos como Drag Queen Gustavo é um apaixonado e apaixonada pela arte.
Cada um possuí sua história, seus desafios, sonhos, objetivos, dificuldades etc. Só torcemos para que tudo dê certo, assim como para qualquer outra pessoa, mas nesse caso em especial, podemos contribuir facilitando a vida dessas pessoas respeitando as diferenças e deixando essa mesquinhice chamada preconceito de fora, porque somos todos iguais e totalmente dignos de respeito!
Veja um mini-curta da entrevista: