sábado, 3 de setembro de 2016

RESUMO "O CORTIÇO" ALUÍSIO DE AZEVEDO {LITERATURA BRASILEIRA}

Olá meus queridos leitores... Sei que estive por um tempo muito afastada do blog, mas agora pretendo voltar como antes a postar diariamente, mas dessa vez com ainda mais responsabilidade e muitas novidades que espero que vocês gostem.

Essa matéria em especial dedico para mais uma indicação de um livro muito famoso na literatura brasileira, conhecer a sua história é imprescindível, pois essa obra  é cobrada até mesmo nos melhores e mais concorridos vestibulares. Você com certeza já ouviu falar, então vamos lá!

Foto: divulgação


Capa de uma das edições do livro

Falaremos sobre a obra “O Cortiço” escrito em 1890 por Aluísio de Azevedo. A obra é narrada na terceira pessoa, o narrador é Onisciente Apessoal, ou seja, não é um personagem da história mais sabe de tudo o que se passa; Em alguns momentos observamos isso, um exemplo é quando o narrador diz “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas..." (Capítulo III).  A descrição prevalece durante toda a história.

O livro narra inicialmente a saga de João Romão, um português que visa acumular capital. Era dono de uma venda no bairro de Bota fogo, Rio de Janeiro. Ele economizava muito, queria tanto ficar rico que aguentava as mais duras privações. Ele é o protagonista da história.




A obra ganhou adaptação em um filme, você pode conferir aqui também:

PS. Assim como toda adaptação de livros para filmes, essa também foi alvo de elogios e críticas, nem tudo é exatamente igual em alguns aspectos, por isso recomendo que mesmo que assista o filme não substitua pela própria leitura da obra!!



{ESSE RESUMO É RECOMENDADO PARA QUEM QUER CONHECER A HISTÓRIA MAIS AFUNDO E NÃO DE MANEIRA SUPERFICIAL POIS NÃO SE TRATA DE UMA RESENHA DE APRESENTAÇÃO DA OBRA}.

João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro, que, quando voltou para Portugal, lhe deixou não só a venda, como também um conto e quinhentos em dinheiro.

Ilustração: Personagem João Romão

  Bertoleza, uma negra quitandeira que guardava economias perderá seu homem depois de correr uma légua puxando uma carga superior as suas forças. Se aproveitando dessa situação, João Romão propõe ajudá-la. João cria uma carta inventando para a negra que ela estava livre. Com essa falsa notícia, ele só se vê tranquilo três meses depois quando lhe constou a morte do velho. Quando deram fé já estavam amigados.  Daí em diante, ele passou a tomar conta dos bens de Bertoleza, até abriu uma poupança no banco para guardar o dinheiro rendido.

Ilustração: Personagem Bertoleza 


     Com o desenvolvimento da região, os ganhos da pedreira e de seus negócios, João Romão ergueu uma estalagem que ocupava todos os seus terrenos.

Em oposição a João Romão, Miranda, dono de uma loja de tecidos que compra um sobrado para morar com sua esposa dona Ester e filha Zulmira. 

Ilustração: Personagem Miranda 
     O dia começara de forma agitada graças a chegada de Rita Baiana que estava de viajem há vários meses. Esta anunciara que ao anoitecer, faria um pagode para alegrar a noite. Muitos se apressaram com os preparativos da noite, já que na casa ao lado à de Rita, a das Dores também teria um jantar. Firmo, atual amante de Rita, e Porfiro chegaram a casa da moça e logo começou a algazarra, ambas as casas com conversas altas e muito barulho.

Ilustração dos personagens da obra
    Como de costume, Jerônimo pôs-se a tocar um fado português, um bem triste, que chamou a atenção daqueles que curtiam a festa, mas este fora acoado pelo pagode de Firmo e Porfiro, que começaram a tocar pela noite. Jerônimo viu a bela Rita Baiana a dançar, e apaixonou-se pela mulher, ficando a observa-la por toda a noite, sem dormir.

    No dia seguinte, Jerônimo largou o trabalho durante o almoço e fora para casa descansar, preocupada a mulher não sabia o que acontecera com o homem, que tinha uma saúde de aço. O homem só mostrou reação ao receber Rita em sua casa, que o fizera uma xícara de café para curá-lo. Jerônimo ao agradecer a mulher, tentou agarrá-la, porém a mulata não o deixou fazer. 
   Leocádia e Henriquinho se engraçaram porém foram pegos por Bruno, homem dela. O menino fugiu sem ser visto, mas ela fora pega ainda a vestir sua saia, após brigas entre ambos Bruno entrou a sua casa e jogou pela janela tudo que era da mulher. Leocádia faria o mesmo com o que era de seu marido. Para não ficar despejada a rua, Rita acolheu a mulher em seu barraco.

     Jêronimo passara a se abrasileirar, tomando café pela manhã, comendo comidas à moda de cá e agindo de forma mais preguiçosa. Entretanto, Piedade não seguia seu ritmo e aos poucos estes foram se distanciando. Ela se mordia de ciúmes da Rita Baiana, mas além dela, Firmo também sentia um tremendo ciúme para com Jerônimo. Marciana descobrira que sua filha, Florinda, estava gravida de Domingo o caixeiro da venda de João Romão. As lavadeiras da vila foram até a venda cobrar para que o homem assumisse o filho e que se casasse com a menina. 

    Miranda recebera o título de Barão do Freixal, o que deixou João Romão possesso. Florinda, após muito apanhar de sua mãe fugiu, Marciana por sua vez derramou-se a chorar. Ao reclamar com João Romão, este a despeja de sua casa. Romão estava irritado com o título de Miranda e maltratou a todos que estavam em teu caminho. Ao passo que Miranda organizara uma festa, porém a festa resultou em confusão envolvendo Firmo e Jerônimo, onde Firmo se saiu por cima. A algazarra envolveu a polícia, mas houve resistência de todos na festa, porém ao perceberem um incêndio no cortiço, todos se comoveram.


Meras ilustrações
  E os episódios de desgostos seguiam-se pelo cortiço. Em um tempo não muito distante era um lugar cheio de alegria, agora via sua felicidade minguar a cada momento. Parecia estar envolto por uma nuvem de desgraça que estava longe de se findar. E como reza o ditado popular: “Desgraça pouca é bobagem”, não bastasse a briga ferrenha entre Firmo e Jerônimo. 

    A Bruxa velha influenciada pelas loucuras de Marciana piorou o juízo e ateou fogo no cortiço. Mesmo sendo acudido rapidamente o rastro da destruição era visível.

    João Romão andava pelo cortiço varrendo tudo com seu olhar perspicaz e ao mesmo tempo desolado, de quando em quando soltava algum impropério furioso. João Romão meditava profundamente em busca de um caminho para amenizar o prejuízo, palavra que ele não conhecia muito. Sua reflexão logo resultou no aumento do aluguel. Um sentimento de tristeza e desesperanças abateu muito os moradores do cortiço.

    A única alegria que ainda podíamos encontrar por lá era só em Pombinha e em sua mãe Isabel. Mesmo Pombinha tendo sido forçada por Leonie em uma relação homo sexual, logo a menina se contagiou de alegria ao romper a sua puberdade e virar mulher, fato que encheu sua mãe de alegria, a felicidade era tanta que as duas saíram pelas ruas do cortiço pra contar a todos em alto e bom som sobre a chegada do sangue fresco que escorreu pelas saias da donzela na grama, fazendo-a mulher.  A mãe de Pombinha logo providenciou o casamento da menina.

    Alguns locatários abandonavam a estalagem, mesmo assim o número de moradores aumentava e novos casulos apareciam. Agora ao lado se formava um novo cortiço o Cabeça-de- Gato, o cortiço de João Romão fora batizado às pressas pelo nome de Carapicus. João Romão tinha estampado no semblante o sentimento de revolta pela formação do Cabeça-de-Gato ao lado de seu cortiço. O tino comercial apurado de João Romão logo o fez perceber que suas vendas aumentaram significativamente com a construção da nova estalagem, assim acabou esquecendo-se do cortiço Cabeça-de- Gato e voltou-se a preocupar-se com seu algoz imaginário o Miranda que tornara-se Barão. João Romão agora vislumbrava a nobreza, passou a banhar-se em várias águas, perfumar-se, e através de Botelho aproximou ainda mais do Barão.


   Durante uma noite chuvosa Pataca ofereceu mais bebidas para Capoeira, e o deixou ainda mais alcoolizado. Pataca aproveitou-se para armar uma emboscada para Firmo. Na praia, com a ajuda de Zé Carlos e Jerônimo atacaram de surpresa.  Com a vítima bêbada foi muito mais simples enche-lo de pancadas até a morte. E jogaram o corpo ao mar. Jeronimo voltou ao cortiço e teve uma noite de amor com Rita. Fizeram planos de saírem da estalagem e viverem juntos.

      Piedade estava arrependida de ter vindo ao Brasil. Ela descobriu que seu marido estava bem, mas havia fugido de casa. Ao descobrir que Firmo havia sido morto, chegou à conclusão que a culpa havia sido de Rita baiana. Em seguida chegou Rita, feliz, após encontrar Gerônimo. Piedade não aguentou ver a cena e agrediu fisicamente a rival. Como sempre, o cortiço todo parou para ver a briga. Posteriormente todos começaram a se enfrentar. A disputa entre brasileiros e portugueses era evidente. Durante uma batalha, a casa 8 foi incendiada. A confusão cresceu, com diversos móveis atirados na rua, enquanto outros traziam água para apagar o fogo.  Os bombeiros salvaram a situação e foram tidos como heróis. 

    Durante o incêndio, o velho Libório foi pego de surpresa por João Romão, que o seguiu e pegou o velho arrastando um enorme embrulho. Libório ficou agressivo com a presença de João, que logo percebeu do que se tratava: havia no embrulho diversas garrafas de dinheiro guardadas dentro do colchão do pedinte. Em meio as chamas, os dois pareciam iniciar uma briga. Uma parte do teto caiu sobre o velho, o dono da estalagem pegou o embrulho e fugiu. Os portugueses já planejavam construir sua estalagem, com ainda mais casas aproveitando melhor o pátio. Miranda admirava a atitude do seu vizinho. Mais tarde, quando Bertoleza já dormia, João pôs-se a contar quanto dinheiro havia nas garrafas do velho Libório. A quantia era suficiente para pôr em prática seus planos de ampliação do cortiço, apesar de algumas notas mofadas e outras que não mais valiam. Para estas ultimas, João tinha destino certo: embutiria aos poucos nos trocos de venda.

   

Dias depois, o cortiço já estava em obras. Havia grande movimento, mas a rotina pouco mudou.  Além de reconstruir casas, João Romão decidiu reformar seu armazém, erguendo um sobrado mais alto que o de Miranda. E para isso já não economizava, ele estava mudado, valorizava o luxo. Permanecia por pouco tempo na estalagem: passou a aplicar em ações da bolsa, tinha a amigos barões e frequentava cafés chiques.


       Miranda e o velho Botelho acompanhavam os avanços do São Romão diariamente, admirados.  E perguntavam-se como podia um homem de tanta atitude manter um relacionamento que não existia. Botelho procurou João Romão para avisar que poderia pedir a mão de Zulmira com certeza de sucesso. Miranda já havia aprovado a união. Restava resolver-se com Bertoleza, que ouviu a conversa e não pôde segurar suas lagrimas. Enquanto isso Jerônimo estava empregado em outra pedreira e vivia com Rita Baiana em outra estalagem. Lá se entregaram definitivamente a cultura brasileira, aos costumes e modos.  Os dois viviam felizes. 

      O cortiço já não era o mesmo, estava muito diferente. Não só os cômodos, mas os moradores também. 

      O “Cabeça-de-Gato” estava vencido finalmente. À medida que a estalagem de João Romão prosperava, a outra decaía. 

     Após a partida de Rita, já não se faziam festas como antes. Mas ainda rolava um pagode ali, era o da das Dores. Quando Piedade viu, logo correu para lá e acabou ficando bêbada. 

     João Romão ao ver a bagunça, manda todos para casa. Piedade, mesmo bêbada, é a única a questioná-lo sobre seus direitos. Ela arregaça as mangas, mas Pataca se mete no meio e a acalma. 

     Muito preocupado com Bertoleza, João fica pensando o que fazer para se ver livre da moça, pois ficou sabendo que Zulmira o aceitava para marido. Pensou em matá-la, mas ele seria o primeiro suspeito.

       Agostinho, filho de Machona, havia falecido. O vendeiro, com a morte do garoto, ficou pensando o porquê daquilo ter acontecido com o pobre menino e não com Bertoleza.

    João tem a ideia de denunciar Bertoleza ao seu dono, como uma forma de se livrar dela. Bertoleza, desconfiada, passa a ficar mais atenta com tudo e todos ao redor dela.

      Enquanto isso, como a casa comercial de João Romão, prosperava igualmente sua avenida. 

       De desgosto em desgosto, toda hora vendo Pombinha chegar cansada depois de uma orgia, Dona Isabel morreu.

       Piedade já estava completamente entregue à bebida, e era abusada por homens todos os dias.

      Botelho avisa João que o dono de Bertoleza já estava sabendo da situação de sua escrava e em pouco tempo estaria lá para pegá-la. Bertoleza, ao ser surpreendida pelo seu dono, já compreende toda a situação. Quando se vê sem saída, ela rasga seu ventre lado a lado, causando uma enorme poça de sangue. João Romão recebe o diploma de sócio benemérito.

ilustração: O triste final de Bertoleza que tirou sua própria vida

Sobre o autor:

Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo 

(São Luís, 14 de abril de 1857 — Buenos Aires, 21 de janeiro de 1913) foi um romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro; além de bom desenhista e discreto pintor.

Divulgação: Aluísio de Azevedo



Minha seção de estúdio Gestante






















quinta-feira, 25 de agosto de 2016

9 meses (Oração do bebê)

Foto: divulgação

E o "na vitrola" de hoje fica com a música que todas as gestantes deveriam ouvir durante a gestação inteirinha. A canção "9 meses" de Bárbara Dias. Em minha opinião é a música que mais bem descreve esse momento fantástico na vida da mulher que é a gravidez... sempre me emociono ao ouvi-la, sendo assim não poderia deixar de compartilhar. A letra é capaz de comover não só a mulher que está prestes a ser mãe, mas aquela que já é e aquela que sonha um dia em ser... arrisco até em dizer que toca os sentimentos até mesmo daquelas que não se enquadram em nenhum dos casos, sendo assim também para os homens. 


Produção Biarte
Realização: Música & Cia
Direção Geral: Bia Oliveira
Música: 9 Meses
Cantor: Bárbara Dias
Compositor: Bárbara Dias
Violão: Marcio Souza
Stylist: Isadora Alves
Vídeo: agentejunto filmes

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9 Meses (Oração do Bebê)
(Bárbara Dias)

Um mês e o tempo voa, eu já sou
E você nem descobriu
São dois e chega perto, mas eu ainda sou
Pequeno demais, viu?
Três meses e o tormento
Esse teu sofrimento eu também já posso sentir
Vê se aquieta o coração
Pra quando eu sair daqui

Talvez eu dê trabalho, uma vida de despesas
Mas por favor me deixa ficar
E se por um acaso, eu não tiver seus olhos
Você ainda vai me amar
Eu sei que a ansiedade é quase uma inimiga
Mas eu não quero ser confusão
Então por favor, me deixa na sua vida
Mas vê se aquieta o seu coração

Se é tempestade, todo medo
Se for arrependimento, por favor tira daí
Você ainda não me tem inteiro
Nem me conhece direito, mas já posso te ouvir
E quando a barriga for crescendo
Você ainda vai ser linda e eu nem preciso te ver
Seca o choro e fica aqui comigo
Que até assim tristinha, eu já sei que eu amo você

Quatro meses, tempo eu te imploro paciência
Eu vim do céu por causa do amor
No quinto faltam quatro e eu aposto que os presentes
Já tão vindo em rosa ou azul
E quando chega o sexto todo mundo já vê
Que você não anda sozinha
O sétimo eu já tenho lencinhos com meu nome
Desculpa pai, mas ela é só minha

Se é tempestade, todo medo
Se for arrependimento, por favor tira daí
Você ainda não me tem inteiro
Nem me conhece direito, mas já posso te ouvir
E quando a barriga for crescendo
Você ainda vai ser linda e eu nem preciso te ver
Seca o choro e fica aqui comigo
Que até assim tristinha, eu já sei que eu amo você

Oitavo mês aguenta, que eu já tô chegando
Só quero um jeito de te encontrar
No nono vem a pressa, a dor, o choro, a gente
Desculpa você ter que sangrar
E por mais uns anos você vai fazer planos
Pensando se eles servem pra mim

E eu vou te acordar, bem de madrugada
Você vai me amar mesmo assim
O meu primeiro passo, vai ser no seu abraço
Me segura quando eu cair
E no final do dia é só a tua voz
Que vai poder me fazer dormir

Se é tempestade, todo medo
Se for arrependimento, por favor tira daí
Você ainda não me tem inteiro
Nem me conhece direito, mas já posso te ouvir
E quando a barriga for crescendo
Você ainda vai ser linda e eu nem preciso te ver
Seca o choro e fica aqui comigo
Que até assim tristinha, eu já sei que eu amo você...



De repente: mãe




O que esperar quando você está esperando? Parece ser uma grande questão que remete há muitas reflexões. Esse é também o título de um livro fantástico, um guia completo que de maneira muito clara e abrangente acompanha mês a mês todas as fases da gestação, um verdadeiro manual que deveria ser de lei aos papais e mamães, em especial se forem de primeira viagem. Então como de costume vocês sabem que gosto de indicar livros, fica mais essa dica. É um livro bem grandinho, mas não se assuste... eu indico que você o leia de acordo com o mês da gestação que você está, não se desespere e queira saber tudo de uma vez porque é muuuuito conteúdo... para cada mês tem um capítulo em especial relatando tudo sobre esse período, os sintomas comuns, dicas, procedimentos do pré-natal, etc. É um guia que relata desde o planejamento, aquela fase inicial quando o casal está pensando/tentando engravidar até o tão esperado momento que é o parto e também o pós-parto, abordando assuntos também como amamentação e cuidados com o recém nascido. É também composto de títulos que esclarecem muito as dúvidas dos futuros papais que as vezes por vergonha e/ou receio se calam, por assuntos como o sexo durante a gravidez. Se as dúvidas forem relacionadas a dieta adequada, desenvolvimento fetal, e coisas do gênero, ai estão as principais respostas.  São temas desde aspectos físicos até emocionais, que merecem bastante atenção e cuidados. O livro é feito também em uma forma de perguntas e respostas, orientando da melhor maneira com muito zelo e dedicação por parte dos autores que são Arlene Eisenberg, Heidi Murkoff e Sandee Hathaway. É o  livro sobre gravidez mais vendido nos EUA.

Comprou o teste de gravidez? Deu positivo? 
Corre! Compre este livro!

Resultado de imagem para o que esperar quando você está esperando
Capa do livro, divulgação


A obra ganhou adaptação para o cinema, o filme que tem o mesmo título, baseado nos livros de autoajuda de Heidi Murkoff, "O que esperar quando você está esperando", foi lançado em agosto de 2012. Aqui você acompanha o trailer oficial: 



Confesso que ainda não vi esse filme, apesar de ser bem antigo... então não posso expressar minha opinião sobre algo que ainda não conheço, mas pode ser debate de uma próxima matéria, que tal? Vem assistir comigo.

Foto: divulgação- Filme "O que esperar quando você está esperando".



Mas afinal, o que esperar quando você não está esperando por nada? Parece meio confuso, mas é isso que a vida gosta de fazer as vezes, confundir. E como diz o famoso ditado popular “é uma caixinha de surpresas”. Essa matéria não foi criada no intuito de indicar algum livro ou filme, embora tenha tomado esse rumo de início, mas sim para descrever à vocês um pouco da minha experiencia nesse momento tão especial e único em minha vida.


Tudo começou em uma sexta-feira chuvosa, quer dizer tudo havia começado mesmo há uns dois anos atrás, quando avistei um rapaz de fisionomia simpática carregando um sorriso meigo (parecia meio tristonho mas estava disposto à esquecer o que houve, por isso soava um sorriso meio tímido e sem jeito), olhos verdes de fortes expressões e personalidade, estatura alta e magra, cabelos lisos e louros meio acinzentados que pareciam cheirar muito bem e serem suaves ao toque, eram tão sedosos que sentia realmente vontade de toca-los. Além de tudo estava muito bem vestido, já logo suspeitei que era mais um metrossexual (depois de um tempo tive certeza disso). Mas mesmo com tantas qualidades, ele me olhou primeiro. Foi ali em um terminal de ônibus numa tarde qualquer de mais um dia da semana cansativo, que nossos olhares se encontraram. A partir desse dia muita coisa aconteceu, mas essa é uma outra história, posso contar futuramente. O que realmente começou nessa sexta-feira sem graça foi mesmo uma leve suspeita por detrás de uma brincadeira costumeira.

Fim de noite, depois da aula, eu tinha a companhia desse rapaz que descrevi, estávamos em um namoro já há um bom tempo. Sentados em um barzinho perto da faculdade tomamos umas cervejas, comemos uma porção de aperitivos nada saudáveis e conversávamos de tudo um pouco. Foi quando comentei que estava com meus seios doloridos, isso nunca havia acontecido antes, eu não fazia ideia do que poderia ser. Então aquele loirinho com carinha de anjo meigo não perdia uma chance para fazer piadas, e logo soltou: “Paixão, seus seios estão maiores, será que você está grávida? ”. Nossa que piada mais sem jeito, não consigo parar de te achar um idiota, claro que não estou! Mas dizia isso dando muita risada, não porque fora tão engraçada assim, mas já movida pelo efeito do álcool. Enfim, fomos para casa naquela alegria contagiante e dando risada de tudo.

Pouco depois me via pensando nessa estranha possibilidade, eu tomava anticoncepcionais e usávamos preservativo. Esses fatores diminuíam as chances não é mesmo? Mas também não tornavam o fato algo impossível. Aquele “será que estou mesmo grávida? ”, não saia da minha cabeça. Eu vi muitas amigas minha virarem mãe, mas a gente nunca acha que vai acontecer conosco. Foi então que o dia da minha menstruação chegou. Passou. E nada. Agora sim posso começar realmente a me preocupar e levar essa dúvida mais a sério.

Diante de tanto questionamento e pensamentos que não tinha coragem de compartilhar com ninguém, decidi tomar a atitude mais prática que poderia: fazer um teste de gravidez. Mesmo depois de ver aqueles dois pontinhos vermelhos naquele teste de farmácia ainda não conseguia acreditar que aquilo realmente estivesse acontecendo, fiz então o exame de sangue que mais uma vez me comprovou: você vai ser mamãe. E agora, o que faço, para onde vou, como será daqui para frente? Eram dúvidas infinitas, carregadas de muita medo e insegurança da nova realidade que me cercava, justamente por ter noção de tamanha responsabilidade que teria que tomar a partir de agora. O maior desafio não me parece o de acordar pela madrugada com aquele chorinho de cólica de um recém-nascido, com isso acredito que dê para lidar, mas a missão de educar uma outra vida e orientar para que ela cresça e viva com responsabilidade e juízo seguindo o que julgamos ser as condutas corretas, dentre outras coisas, isso sim me assustava e ainda assusta, mas talvez um pouco menos. Aquela sensação de querer dar o melhor para aquele pequeno ser que por um bom tempo dependerá de você, isso pode causar muita insegurança.

A mulher é agraciada com o dom de gerar vida em seu ventre e sustenta-lo em amor por todo esse período e muito depois dele, assim enquanto houver ar em seus pulmões. E essa se não for a maior está entre as mais importantes missões de uma mulher aqui na terra. Depois de ver os resultados dos exames junto ao meu noivo, estávamos certos de que seriamos os novos papais do pedaço, mas a ficha parecia ainda não ter caído. Foi um misto de sensações e sentimentos, mas estávamos juntos, mais unidos do que antes. Quando um fraquejava, o outro dava palavras de conforto e positividade. Com os olhos lacrimejando, nos abraçamos. Não foi uma gravidez planejada. Não era como esperávamos e nem no momento que julgávamos certo. Não nos sentíamos preparados psicologicamente e com certeza financeiramente também não, o pais inteiro está em crise afinal de contas. Mas depois que o choque passou e a ficha começou a cair, ficamos tão felizes. Começamos a pensar qual nome poderíamos dar, será que é um menino? Ou menina? Ficamos ansiosos para descobrir. Passamos horas imaginando como essa criança seria, “eu quero que tenha seus olhos”, “eu espero que puxe seu sorriso”(...) E esse assunto até hoje vem à tona. Não vemos a hora de conhecer esse pequeno ser que nos uniu ainda mais e veio em prova de nosso mútuo amor, um verdadeiro presente de Deus.

Atualmente estou no meu 6° mês da gestação, por isso não conseguiria terminar esse texto hoje, porque em cada avanço semanal da gravidez acontecem novas descobertas, sensações, sintomas... uma coisa que prevaleceu até hoje desde o momento em que descobri e comecei meu pré-natal foi o prazer de me sentir linda. Os quilos que ganhei a mais não me influenciaram negativamente, sinto meus cabelos e unhas mais fortes e saudáveis, sinto-me muito bem comigo mesma e com as pessoas à minha volta. O começo da gravidez, até o terceiro mês eu diria, foi marcado por muitos enjoos, nada parava no estomago, sentia também muita tontura e mal-estar. Mas após esse período, me sinto cada dia melhor.

O dia em que me senti mais próxima de minha bebê, foi quando senti ela mexer pela primeira vez. Foi fantástico! No começo você se pergunta se realmente são os movimentos fetais ou qualquer outra coisa normal em seu estomago, mas prestando bastante atenção na vibração, no impacto dos movimentos, não tem como errar. No começo era algo bem fraquinho, agora parece que está tendo uma festa lá dentro.

Dia de ultrassom, é como se fosse um encontro marcado. Meu noivo e eu nos arrumamos juntos e vamos empolgados ver mais uma vez nosso bebê, ouvir seu coraçãozinho... é tão bom ter notícias suas. Em meios ás observações do médico que ouvimos atentamente somos surpreendidos com o que ele nos afirma: é uma menina! Olho para o lado onde meu noivo está sentado e digo baixinho: “uma menina...” ele repete “uma menina...” O médico nos parabeniza e saímos da sala sem reação. Mais uma vez nos emocionamos. Seja bem-vinda pequena Giulia.

Minha seção no studio com 8 meses de gravidez (mais fotos disponíveis em outra matéria)





quarta-feira, 9 de março de 2016

Microcefalia e o sensacionalismo midiático



O Brasil vive um surto de microcefalia. A microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores do que o normal pra sua idade, o que prejudica o seu desenvolvimento mental, porque os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça e desenvolva suas capacidades normalmente.

A criança com microcefalia, pode precisar de cuidados por toda a vida, mas isso é normalmente confirmado depois do primeiro ano de vida e irá depender muito do quanto o cérebro conseguiu se desenvolver e que partes do cérebro estão mais comprometidas.

A microcefalia pode ser causada pela picada do mosquito Aedes Aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya. As mulheres gravidas afetadas pelo zika vírus têm grandes chances de ter filhos com microcefalia.

De acordo com o Ministério da Saúde, as investigações sobre microcefalia e o Zika vírus devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

Apesar de os médicos estarem fazendo muitas pesquisas para o combate dessa doença, o sensacionalismo exacerbado da imprensa ainda assusta e muito a população brasileira.

Diante desse cenário criado pelo jornalismo sensacionalista, pessoas em geral especialmente as gestantes, se espantam de maneira absurda com a ideia de serem picadas pelo tal mosquito. Vemos casos de indivíduos que se isolam em suas casas com medo de serem infectados e vivem na neurose cheios de preocupações, receios e cuidados. Esses são os reflexos das atitudes exageradas nas mídias que visam adquirir mais audiência a todo custo. Não negamos o fato de que providências devam ser tomadas e cuidados são essenciais, mas existem exageros e mitos se criando nesse meio. Esse pânico está se generalizando e afetando pessoas de diversas formas.

Os mais diversos especialistas no assunto, declaram que não existe motivo para tanto pânico no Brasil por conta do vírus, mas sim mobilizações conscientes. Segundo eles, a zika deve ser monitorada com atenção nas grávidas, e mais pesquisas precisam ser feitas para compreender os efeitos do vírus e saber porque algumas pessoas sofrem apenas sintomas sem gravidades, enquanto algumas manifestam problemas neurológicos e fetos podem ter o desenvolvimento gravemente afetados. Unanimadamente entre especialistas é a necessidade de controlar o mosquito.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Dia do fotógrafo- 8 de janeiro



Hoje dia 08 de janeiro desse novo ano de 2016, comemora-se o dia do Fotógrafo nacionalmente. Quero encarecidamente parabenizar todos esses profissionais que fazem essa maravilhosa arte! Sabemos que muita das vezes esses profissionais estão na luta por um único motivo: amor pela arte. Arte, pois fotografar é uma arte. 

Como seria o mundo sem lembranças de momentos incríveis e únicos em nossas vidas se não pudéssemos mostrar? Esses momentos nunca vão voltar, então a melhor forma de eterniza-los é registrando através da arte fotográfica. Com isso podemos reviver esses momentos, lembrar como foram as coisas, mostrar aos familiares e amigos... Reviver um pouco da vida que passou correndo e nem percebemos. Essa sensação nos dá principalmente quando vemos fotos de quando éramos crianças, por exemplo, quanta coisa mudou não é mesmo? Algumas fotos nos roubam sensações inexplicáveis,  lágrimas, seja por saudade, tristeza ou mesmo de tanto dar risada!! Hahahaha. Nada melhor do que ver a família reunida falando quanto aquele primo era feinho e orelhudo... Ou o quanto que você engordou de lá pra cá. É um barato. 

Uns utilizam dessa prática como profissão, outros como hobby... cada um com suas técnicas e preferencias, mas todooos envolvidos por essa apaixonante arte de maneira muito intensa e fiel. 


Não vou ficar aqui falando da origem dessa data, da história da fotografia e bla-bla-blá... 

Só quero dedicar esse espacinho para dizer duas coisas mais: FOTOGRAFE BASTANTEEEEE... E NÃO ESQUEÇA DE REVELAR SUAS FOTOS PREFERIDAS!!

As vezes acabamos tendo problemas com aparelhos, hd´s, pendrive, etc. e perdemos as fotos que tanto amamos, então recomendo que no mínimo as salve na nuvem: GoogleDrive, por exemplo... para não correr esse risco. E claro, se puder, preserve esse hábito de revelar, eu adoro fotos em papel, assim como os tradicionais livros em papel, e-books e essas novas tecnologias são muito úteis mas ainda opto algumas vezes pelo bom e velho modo de se fazer hahaha!

E é isso meus queridos... Um forte abraço!!!!! <3 





RESUMO "SÃO BERNARDO" GRACILIANO RAMOS {LITERATURA BRASILEIRA}



Analisando a obra

São Bernardo é tido como um dos maiores representantes da segunda fase do Modernismo brasileiro. Graciliano Ramos teve grande preocupação com a questão social na obra. Através do livro, o autor denuncia o processo de desumanização do ser humano dentro do sistema capitalista, mostrando que essa realidade prejudica tanto o explorado quando o explorador. 

O personagem principal representa a imagem do homem capitalista. Tudo na vida dele é prático, lógico e exato. Madalena, sua esposa, mostra o lado humanista do ser humano. No entanto, Paulo Honório perdeu a única chance de ser uma pessoa do bem através do relacionamento com a professora. No final, o mesmo fica sozinho e infeliz. 

A coruja é uma metáfora que representa a morte e a sabedoria. O objetivo da aparição desse animal é mostrar que Honório deveria aprender com determinadas situações. O livro nos revela um processo de tomada de consciência do personagem principal, que no final do livro percebe todo mal causado aos outros e a si mesmo. 

A linguagem utilizada é extremamente enxuta e direta, o que, além de ser típica do estilo do próprio Graciliano Ramos, combina com Paulo Honório. No entanto, o texto é muito bem escrito, o que pode ter sido um equívoco do autor, já que, Paulo Honório era um homem quase analfabeto. 

Personagens de São Bernardo:

Paulo Honório: É um capitalista, passando de trabalhador braçal a proprietário. Para realizar esta travessia, foi necessária a sua desumanização através da qual pôde exercer o domínio sobre os outros matando, roubando, mentindo, trapaceando.

Madalena: Professora loura e de olhos azuis, que se recusa a ser objeto de posse de Paulo Honório. Preocupada com as condições de vida dos trabalhadores, incapaz de ser esposa submissa, sente necessidade de trabalhar e de andar pela fazenda, o que a leva a rejeitar o mundo de Paulo Honório.

Salustiano Padilha: Ex-dono da fazenda São Bernardo e pai de Luís Padilha. 


Luís Padilha: Após a morte do pai herdou a fazenda, mas se entregou à bebida, jogos e às mulheres. Vítima dos planos de Paulo Honório, vê-se endividado e é obrigado a vender a fazenda.

Marciano: Velho e doente, marido de Rosa, a mulher com quem Paulo Honório tinha encontros amorosos escondidos.

Padre Silvestre: Impossibilitado de admitir coisas contraditórias, lê apenas as folhas da oposição, anda no mundo da lua, segundo Paulo Honório.

João Nogueira: Advogado que o auxiliou nas falcatruas.

Azevedo Gondim: Jornalista moderado e radical. Havia sido encarregado de escrever as histórias do narrador, mas por utilizar uma linguagem mais erudita, desentende-se com Paulo Honório.

Seu Ribeiro: Senhor que trabalha na fazenda. Fica próximo de Madalena.

Casimiro Lopes: Amigo antigo de Paulo Honório, executa as ordens dele sem remediar.

Negra Margarida: Doceira que cuidou de Paulo Honório durante a infância.

D. Glória: Tia de Madalena, mudou-se para a fazenda de São Bernardo quando a sobrinha casou-se, após a morte de Madalena, muda-se para a cidade.

Dr. Magalhães: Juiz amigo de Paulo Honório.


A obra ganhou adaptação em um filme, você pode conferir aqui também:



RESUMINDO A OBRA "SÃO BERNARDO"

Paulo Honório, a princípio teve a ideia de contar sua história num romance, com a ajuda de alguns amigos, que depois de desentendimentos sobrou-lhe apenas um, Azevedo Godim, periodista que após 15 dias de trabalho com Paulo, apresentou - lhe alguns capítulos datilografados que para Paulo estavam uma porcaria.

Paulo abandona a empresa e percebe que foi bom não contar com a ajuda de seus amigos, afinal teria coisas da vida dele que não teria coragem de contar a ninguém, por isso a obra seria publicada com um pseudônimo.

Começou então a escrever, contando que se chama Paulo Honório, dando seu peso e sua idade, não sabendo com certeza, afinal, não tinha o nome de seu pai nem de sua mãe em sua certidão. Conta que vagava à toa até a maioridade. Passou três anos e nove meses na cadeia após esfaquear João Fagundes, por ciúmes de Germana. Na cadeia aprendeu a ler com Joaquim, que logo depois morreu. Quando saiu da cadeia, só pensava em ganhar dinheiro. Viajou pelo sertão fazendo negócios, passou sede e fome, arrumando brigas e se metendo em furadas, como a do Dr. Sampaio que, comprou-lhe uma boiada e ao final não queria pagar, mas Paulo logo depois o pegou e o fez pagar o que devia.

Paulo resolve ficar em Viçosa Alagoas, pretendendo comprar a propriedade São Bernardo, onde trabalhou. O antigo dono Salustiano Padilha que havia morrido e deixado a propriedade para seu filho Luís Padilha. Paulo por interesse começa amizade com Padilha que vivia bêbado, gastando dinheiro em jogos, bebidas e mulheres. Ao encontrar a propriedade caindo aos pedaços, Paulo sugere a Padilha a cultivação de São Bernardo, que depois de um tempo Padilha ganha interesse e começa a investir em plantação de mandioca. Após não ter dado certo Padilha lhe oferece a hipoteca de São Bernardo. Depois de brigas e desentendimentos, Paulo compra a propriedade por sete contos quinhentos e cinquenta mil-réis.

Paulo Honório narra sua história rememorando os principais fatos ocorridos em seus cinquenta anos de vida pelo nordeste. Criou-se sem conhecer pai ou mãe, e nem a data em que nasceu. Da infância guarda lembranças da velha Margarida e de um cego que lhe puxava as orelhas. Trabalhou até os 18 anos quando foi preso, por esfaquear João Fagundes, porque ousou passar a mão em Germana, sua namorada.

Mendonça avisa a Paulo que, ele não devia ter feito esse negócio, sobre os limites da propriedade e que derrubaria a cerca. Paulo tenta fazer negócio com Mendonça com credos, madeiras, e limusino a qual ele recusa. Paulo, numa conversa com Casimiro Lopes percebe que deve tomar cuidado com os caminhos daquela propriedade.

No segundo ano Paulo passou por dificuldades, a safra de algodão e mamona foram ruins. Em uma visita Paulo e Mendonça conversaram sobre tudo, conheceu suas duas filhas e falaram sobre a esposa falecida de Mendonça, que lhe questionou como a conhecia, e Paulo conta do tempo em que trabalhou em São Bernardo. Estava claro toda má intenção dos dois lados apesar de toda a conversa.

No domingo da eleição enquanto Paulo estava na cidade, Mendonça leva um tiro na costela no meio da estrada perto de Bom-Sucesso e acabada morrendo. Após a morte de Mendonça, Paulo Honório conhece seu Ribeiro em Maceió, um homem aos setenta anos, alto, magro e velho e que só havia conhecido a sua felicidade na juventude. Honório ao gostar de Ribeiro o acolhe em São Bernardo, que rapidamente ganha a sua confiança.

Se duas pessoas disputavam as terras, seu Ribeiro era o grande responsável por colocar panos quentes na situação. Seu Ribeiro era muito inteligente: relia jornais, conhecia leis antigas e se alguém não entendesse o significado ele explicava, contribuindo para a inteligência das pessoas. Quando alguém aparecia morto, ele procurava o assassino e o prendia. Os familiares da vítima ficavam sob os seus cuidados. Se uma jovem aparecesse rejeitada e chorando ele buscava o rapaz e o fazia casar com ela. Seu Ribeiro tinha autoridade por aquelas bandas, ninguém ousava contraria-lo.

Enquanto isso, a esposa de seu Ribeiro se encarregava de contar histórias de santos para as crianças. Talvez nem tudo o que era dito era verdade, mas as crianças não se importavam. A casa de seu Ribeiro vivia cheia de gente, apesar de sua família ser pequena, sua colheita rendia muito e os moradores sempre davam preferência a ela.

Com o passar do tempo, muita coisa mudou. Muitos morreram e muitos nasceram. Os afilhados do major foram servir ao exército. Aquele lugar cresceu e a popularidade do major foi diminuindo, até desaparecer. Com o fim de sua popularidade, a esposa de seu Ribeiro se entristeceu, perdeu peso e morreu.

A mortalidade andava muito alta naquela região e para não ir à falência, Paulo Honório decide suspender a aguardente. Com a morte de Mendonça, Honório decide ampliar São Bernardo, e apesar de sua decisão não ser bem recebida por todos, ele continua e amplia suas terras. Tudo estava sob controle, mas quando faz quatro ou cinco casas, sua situação começa a mudar e perde dois de seus empregados e leva um tiro no ombro.

Nessa época, Paulo recebe a visita do governador do Estado, que lhe sugere a construção de uma escola. João Nogueira sugere para Paulo Honório que contrate Madalena para dar aulas, já que a moça é professora. Durante o jantar, Azevedo Gondim conta a todos o real motivo de sua visita: encontraram Margarida. Ela mora em Jacaré dos Homens, na cidade de Pão de Açúcar. Luís Padilha pede à Azevedo Gondim que peça ajuda ao Padre Silvestre para buscar Margarida. Padre Silvestre falara há muito tempo em cortar a quantia de cento e cinquenta mil réis mensais que o município dava ao Cruzeiro.

Paulo Honório escreve ao padre Silvestre agradecendo pelo seu interesse em trazer Margarida. Ela chegara dias antes e estava instalada numa casinha cercada de cachos de banana. Paulo Honório a encontra cheia de pecados. Ela pede a ele um tacho igual ao que ela tivera durante toda a vida.

Um dia, Paulo Honório amanhece pensando em casar. Na verdade não se sentia atraído por nenhuma mulher. Precisava mesmo era preparar um herdeiro para São Bernardo. Pensou em Emília Mendonça, uma Gama, a irmã de Azevedo Gondim, Marcela, que era filha do Dr. Magalhães e juiz de direito. Não gostou de Marcela. Quando estava para procurar Dr. Magalhaes foi surpreendido por Costa Brito numa carta que vinha com a intenção de lhe avançar em duzentos mil réis.

A Gazeta, que sempre foi motivo de orgulho para o governo chegou na oposição por um emprego de deputado estadual. Na sua última viagem à capital, o diretor da Gazeta lhe oferece cinquenta mil réis, indignado.

Paulo devolve o dinheiro, pois não gosta de fazer negócios com a imprensa. Mas Brito insiste e lhe manda várias cartas, as primeiras com choro, as últimas com exigências. Uma delas trazia ameaças. Paulo recusa a oferta, agradecido.

No dia seguinte, Paulo vai à casa de Magalhaes visitá-lo disposto a encontrar uma noiva. Encontrou o Dr. á noite e estava acompanhado com a filha e três visitantes. Estavam lá João Nogueira, uma senhora de preto e uma moça loura e bonita. Magalhaes era pequeno, tinha um nariz chamativo e por detrás do pince-nez olhos risonhos. Marcela sorria para uma das visitas, que sorria também, mostrando os dentes brancos. Não gostou de nenhuma das duas.

Paulo gostou mesmo da moça loura. Naquele momento a jovem moça parecia ser interessante, diferente das que ele estava acostumado a jogar cantadas. Após se despedir, ele percorreu a cidade impressionado com a pequena e delicada moça, esperando que o acaso o fizesse saber o nome dela. O acaso não acontecendo ele resolveu procurar João Nogueira na redação do Cruzeiro, mas só encontrou Arquimedes. Foi informado que Nogueira poderia estar na casa de Ernestina. Por volta de meia noite encontrou o advogado no hotel. Ele estava com Gondim estudando poesia. Pediu licença a Gondim para falar com Nogueira, mas não teve coragem. Pensou que talvez o advogado também estivesse interessado na moça loura e tentando disfarçar pediu informações sobre o processo de Pereira.

No capítulo 9 é introduzido um novo elemento n narrativa, uma jovem professora que se chama Madalena. Do capítulo 9 ao 15, vários assuntos são dispostos, misturados à entrada da personagem central feminina; até o capítulo 14, a ação se desenrola rapidamente, mas a partir desse momento, o narrador se concentra em Madalena e empenha-se em adquiri-la como mãe do herdeiro de São Bernardo.

Aconteceu que, Brito após ter recebido uma negação por telegrama de duzentos mil-réis, publicou dois artigos furiosos sobre Paulo Honório, chamando-o de assassino e outras difamações. Querendo defender-se Paulo Honório foi até Brito, na Gazeta. Com um pouco de custo finalmente o encontrou e em resposta deu-lhe chicotadas. A polícia se envolveu na discussão e o levou para um interrogatório. Embarcou vinte e quatro horas depois, levando nos ouvidos um sermão do secretário.

Na volta Paulo Honório encontrou a mesma senhora de preto que tinha visto no salão do Dr. Magalhaes, a D. Glória. Durante a viagem conversaram e se tornaram amigos. Até que chegaram no assunto da moça loura, que era sobrinha de D. Glória e professora, se chamava Madalena. Então Paulo Honório se lembrou que, o Nogueira e o Gondim falavam nela. Paulo Honório comentou que havia criado uma escola em S. Bernardo, e entregou-a ao Padilha. Esperto já pensou na possibilidade de substituir Padilha por Madalena.

Na estação estava Madalena esperando por D. Glória, que a apresentou ao Paulo Honório. Pois até então ele só a conhecia de vista e por nome. No caminho seguiram juntos e ele propôs um convite delas irem conhecer S. Bernardo. Inicialmente viram como um convite inconveniente, mas depois adquiriram mais intimidade.

Chegando no hotel, João Nogueira, Azevedo Gondim e padre Silvestre comentaram sobre as notícias do que haveria acontecido com o Brito, de que ele estaria no hospital ou até mesmo morrido. Paulo Honório esclareceu que haviam apenas discutido. Após isso, Individualmente Paulo Honório tirou suas dúvidas a respeito da índole e família de Madalena com o Dr. Magalhaes, e o deixou encarregado de sonda-la. Queria ter certeza de que ela merecia ocupar tal lugar em S. Bernardo, e também tinha seus interesses pessoais, que se evidenciam.

Depois do convite e ao adquirir pouco mais de intimidade, Paulo Honório questiona D. Glória do por que sua sobrinha não se casa. Percebendo que sua proposta tinha pouca possibilidade, ele decidiu ir direto ao ponto com a moça, propondo a ela que fosse sua companheira. Uma semana depois, Azevedo Gondim cometeu uma imprudência felicitando-os pelo casamento, isso porque todos já estavam sabendo. Após conversarem, se entenderam e Madalena aceitou casar-se com Paulo Honório, sua tia D. Glória chorou de emoção.



Padre Silvestre os casou, na capela de S. Bernardo, no altar de S. Pedro. Alegremente Madalena queria começar uma nova vida. Com o tempo, Paulo Honório começou a fazer descobertas que o surpreendeu. Uma semana não era o suficiente para conhece-la tão bem. Madalena entendia de escrituração, dentre outras coisas, tem opinião própria e forte, o que com o tempo desagrada cada vez mais seu marido.

Madalena revelou-se pouco a pouco. Se me escapa o retrato de minha mulher, para que serve essa narrativa? De nada, mas sou forçado a escrever.

Sento na mesa da sala, bebo café e acendo o cachimbo, enquanto ouço os grilos cantar. Ás vezes ideias não vem, ou vem em demasia, releio algumas linhas que me desagradam, não vale a pena tentar corrigir. Afasto o papel.

Emoções, inquietações e desejos vem repentinamente e me agitam, me inquietam, vontade de tagarelar outra vez com Madalena, como sempre fazíamos nesse horário. Não é saudade, é desespero, raiva, peso no coração.

Impossível recordar o que dizíamos, eram apenas palavras, e as dela tinham algo que não consigo exprimir. Eu apagava as luzes para sentir melhor.

A figura de Casimiro Lopes aparece na janela, os sapos gritam, o vento sacode as árvores. Maria das Dores quer abrir o comutador, eu a impeço, não quero luz.

- Madalena...

A voz de Madalena continua a me acariciar. Que diz ela? Me pede que mande algum dinheiro a Mestre Caetano. Isso me irrita, é uma irritação diferente das outras, que me deixa calmo.

Agora seu Ribeiro conversa com d. Glória no salão. Esqueço que eles me deixaram e que esta casa está quase deserta.

- Casimiro!

Penso que chamei Casimiro Lopes. A cabeça dele, com o chapéu de couro de sertanejo, assoma de quando em quando à janela, mas ignoro se a visão que me dá é atual ou remota.

Agitam-me sentimentos inconciliáveis: encolerizo-me e enterneço-me; bato e tenho vontade de chorar.

Aparentemente estou sossegado: as mãos continuam cruzadas sobre a toalha e os dedos parecem de pedra. Entretanto ameaço Madalena com o punho. Esquisito.

Maria das Dores, na cozinha, dá lições ao papagaio. Tubarão rosna no jardim. O gado muge no estábulo.

A palestra de seu Ribeiro e D. Glória é bastante clara. A dificuldade seria reproduzir o que eles dizem. É preciso admitir que estão conversando sem palavras.

Se eu convencesse Madalena de que ela não tem razão... Se lhe explicasse que é necessário vivermos em paz... Não me entende. Não nos entendemos. O que vai acontecer será muito diferente do que esperamos. Absurdo.

Como declarei, Madalena possuía um excelente coração. Manifestações de ternura que me sensibilizaram.

Percebi depois que eram apenas vestígios da bondade que havia nela para todos os viventes. Eu não deveria esperar nem esses sobejos, e o que viesse era lucro. Vivemos algum tempo muito bem.

Pela manhã Madalena trabalha no escritório, mas à tarde saía para passear, percorria a casa dos moradores. Garotos empalamados e beiçudos agarravam-se às saias dela.

D. Glória gostava de conversar com seu Ribeiro. Eram conversas intermináveis, em dois tons: ele falava alto e olhava de frente, ela cochilava e olhava para os lados. Quando me via calava-se. Ora, as horas de folga de d. Glória eram quase todas.

Seu Ribeiro tratava como excelentíssima senhora (Madalena era apenas excelentíssima). Julguei perceber, por certas palavras, gestos e silêncios, que ela ia ali deplorar a sorte da sobrinha. Estava sempre ao pé da carteira, amolando.

Madalena batia no teclado da máquina. Seu Ribeiro escrevia com lentidão trêmula, se aperreava procurando seus objetos, porque D. Glória tinha o mau costume de mexer nos objetos e não os pôr no lugar.

Madalena estava prenhe, e eu pegava nela como em louça fina.

Paulo, tratou D. Glória de forma bruta, Madalena discordou de sua atitude e defendeu D. Glória:

- Não conheço ninguém que trabalhe mais que D. Glória.

- Ora essa! Bradei com espanto que me levantou do sofá

- Vai sair?

Pensando bem, creio que não foi o espanto que me levantou. Provavelmente foi o costume que eu tinha de me dirigir ao campo todas as manhãs. É verdade que o meu espírito estava completamente afastado da lavoura, mas D. Glória e Madalena já me haviam retardado quase uma hora, e o movimento que fiz correspondia a uma necessidade que se tornou clara quando me pus em pé.

- Vamos?

Madalena acompanhou-me e em caminho falou desta forma:

- Você pelo que me disse principiou a vida muito pobre.

- Sei lá quando principiei, quando dei por mim, era guia de cego. Depois vendi as cocadas da velha Margarida.

- Lutou muito. Mas acredite que D. Glória tem desenvolvido mais atividade que você.

- Estou esperando. Que fez ela?

- Tomou conta de mim, sustentou-me e educou-me.

- Só?

- Acha pouco? É porque você não sabe o esforço que isso custou. Maior que o seu para obter S. Bernardo. E o que é certo é que D. Glória não me troca por S. Bernardo.

Vaidade. Professorinhas de primeiras letras a escola normal fabricava às dúzias. Uma propriedade como S. Bernardo era diferente.

Era domingo de tarde, e eu voltava do descaroçador da serraria, onde tinha estado a arengar com o maquinista.

Provavelmente D. Glória ria sempre com segredinhos ao ouvido de seu Ribeiro. E Madalena escutando o Padilha. O Padilha, que tinha uma alma baixa, na opinião dela. Para o inferno. Tão bom era um com o outro. Entretidos, animados. Conspiração. Talvez não fosse nada. Mas para quem, como eu, andava com a pulga atrás da orelha! Aborrecia.

Estavam constrangidos, certamente adivinhando o que eu pensava. Padilha mastigava com os dentes estragados, o sorriso servil.

O rancho de Margarida escondia-se entre as folhas das bananeiras. Marciano saiu do estábulo, e veio vindo, banzeiro, derreando-se; diante da casa-grande tirou o chapéu e escondeu o cigarro. A pedreira, lá em cima, estava quase invisível depois que o caminho para ela se tinha fechado.

A prefeitura não queria mais comprar pedras, as construções na fazenda estavam terminadas. E mestre Caetano, gemendo no catre, recebia todas as semanas um dinheirão de Madalena. Si senhor, uma panqueca. Visitas, remédios de farmácia, galinhas.

Além de tudo vestido de seda para a Rosa, sapatos e lençóis para Margarida. Sem me consultar. Já viram descaramento assim? Um abuso, um roubo, positivamente um roubo.

Madalena falava com Padilha, mas não ouvi o que diziam.

Casimiro Lopes, ia-me esquecendo-se dele, fiel, pau para toda a obra, era a única pessoa que me compreendia.

Fazia dois anos que eu estava casado, e por isso João Nogueira, padre Silvestre e Azevedo Gondim jantavam conosco.

Exatamente nesse dia, repreendi Padilha e ele me gaguejou umas desculpas a que não dei importância, mas que depois de algumas horas cresceram muito.

Padre Silveiro estirou o beiço inferior e amoitou-se. As opiniões dele são as opiniões dos jornais. Como, porém, essas opiniões variam, padre Silveiro, impossibilitado de admitir coisas contraditórias, lê apenas as folhas da oposição. Acredita nelas. Mas experimenta ás vezes dúvidas. Elas juram que os homens do governo são malandros, e ele conhece alguns respeitáveis. Isso prejudica as convicções que a letra impressa lhe dá. Necessitando acomodar suas observações com as afirmações alheias, acha que os políticos, individualmente, são criaturas como as outras, mas em conjunto são uns malfeitores.

Qual seria a religião de Madalena? Talvez nenhuma.

Nunca me havia tratado disso

- Monstruosidade.

E repeti baixinho, lentamente e sem convicção:

- Monstruosidade!

Tenho portanto um pouco de religião, embora julgue que, em parte, ela é indispensável para um homem. Mas mulher sem religião é horrível.

Comunista, materialista, mulher sem religião é capaz de tudo.

Entra a questão da religiosidade, conclui o capítulo 24, quando diz que “Misturei tudo ao materialismo e o comunismo de Madalena.

Procurei Madalena e avistei-a derretendo-a e sorrindo para o Nogueira, num vão de janela.

Começou a sentir ciúmes e seu primeiro desejo foi agarrar o Padilha pelas orelhas e deitá-lo fora a pontapés, mas o conservou para vingá-lo. Tirou de casa, a bem dizer prendeu na escola onde lá vivia, dormia, recebia alimento e vivia como um peixe fora d’água. Ficou quatro meses sem lhe pagar o salário e quando o viu igual a um cadáver começou a gozação.

A brisa que corria trazia arrepios bons a Paulo ao observar São Bernardo, via também Madalena com seus grandes e belos olhos sob a paisagem. Sentiam que se juntavam cautelosamente e trocavam sorrisos e gestos vagos.

Porém o ciúme de Paulo Honório progride como uma psicose: “Atormentava-se a ideia de surpreendê-la. Comecei a mexer nas malas, nos livros, abri-lhe a correspondência... Madalena chorou, gritou, teve ataques de nervos...” (p.137).

Desconfiava de todos que conhecia e após um tempo foi conversar com Padilha dizendo não precisar mais de seus serviços. Padilha querendo saber o porquê não ser mais útil para seu patrão começa a discordar e lhe diz tudo que faz para Madalena o que deixa Honório ainda mais confuso em suas palavras.
A beira da loucura: “Creio que estava malucando... não podia dormir, contava de um a cem até completar mil.... trancava a porta, destrancava... tornava a trancar” (p.151-153). Enquanto Paulo Honório se consumia no seu ciúme, Madalena perdia as forças para suportar a pressão psicológica exercida em função disso.

Paulo Honório observou sua mulher escrevendo. E descobriu em frente ao escritório - no chão - uma folha perdida. Tratava-se de uma carta. Ele acreditou que fosse para outro homem e teve ciúmes. No entanto, sua mulher afirmou que o restante da carta estava no escritório e que ele deveria entender seus motivos. Assim, começou uma singela ‘’ despedida’’ – ela estava bastante perturbada.
No dia seguinte a essa conversa, Honório encontrou Madalena morta. Ela havia cometido suicídio. Ele seguiu para o escritório, e descobriu que a carta completa era para ele, e se tratava de uma carta de despedida. O mesmo sentiu que havia perdido a oportunidade de ser uma pessoa melhor.

Após a trágica morte de Madalena, Dona Glória quis partir - Honório lhe ofereceu dinheiro para viagem. Seu Ribeiro se demitiu, Padilha incorporou-se as tropas revolucionarias e desapareceu subitamente.

Nos dias que se seguiram, era possível ouvir muitos fuxicos entre as famílias e vizinhos da cidade. Os amigos e o jornal mostravam o início da revolução. E pela cidade começava a se espalhar o boato de que a fazenda São Bernardo era um ninho de reacionários.

Paulo Honório perdeu diversos clientes e os negócios não iam bem. Passados dois anos desde a morte de Madalena, ele se sentia triste, entediado, velho e arrependido pela vida, já que sua história havia sido moldada pelo sistema capitalista. Pensando sobre o que poderia ter feito de diferente. Mas mesmo arrependido de suas próprias atitudes, não mudaria nenhuma de suas ações até então.

O juiz Magalhães é afastado do cargo e os limites da fazenda passam a ser contestados oficialmente. Com tudo isso, Paulo Honório se encontrou abandonado por todos. Por fim, em meio a solidão e somente com a companhia de Casimiro Lopes e seu cachorro, Paulo Honório escreve sua narrativa. Amargurado pelo passado, toma consciência da desumanização por que passou. Paulo Honório começou a buscar algum sentido para vida e encerra sua história arrependido e amargurado.

A derrota vem de todos os sentidos: a perda da mulher, a derrota do partido político, o afastamento dos amigos, prejuízos financeiros, e saldo, o desânimo. Resta a Paulo Honório fazer um registro de sua vida.


Sobre o autor:

Graciliano Ramos de Oliveira


Escritor alagoano, nasceu em 27/10/1892 e morreu em 20/3/1953. Um dos expoentes da Geração de 30 do Modernismo, escritor brasileiro do romance "Vidas Secas" sua obra de maior destaque.


Bibliografia:
Graciliano Ramos. São Bernardo: Editora Record, 2009
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